sábado, 31 de julho de 2021

Lutar contra a pornografia como Santo Agostinho

Lutando contra o vício da pornografia como Santo Agostinho

Escrito por Luke Gilkerson para o site Chastity Project (original: “How to Fight Porn Addiction Like Saint Augustine”)

A luxuria não era estranha para Agostinho. Na verdade, se ele vivesse no mundo de hoje, ele até poderia descrever-se como um viciado. Escreveu em Confissões:

“...Eu fui encarcerado não com o ferro de uma cadeia, mas com o ferro da minha própria vontade. O inimigo tomou conta da minha vontade, e disso ele fez uma cadeia e me prendeu. Como minha vontade era perversa, ela se transformou em luxúria, e a luxúria rendeu-se em hábito, e o hábito não demorou a tornar-se uma necessidade”.

Necessidade. Ele sentiu como se ele necessitasse de prazer sexual.

Sexo é vida?

Eu posso me identificar com Agostinho. O que alimentou meu vício por pornografia mais do que qualquer outra coisa foi a mentira de que sexo era vida. Eu era solteiro na época, e eu tinha comprado a mentira de que sexo era básico, uma “necessidade” fundamental para quem estava carente. Ouvir que Deus queria que eu desistisse da pornografia me soava como ouvir que Deus queria que eu desistisse da vida em si. Além disso, eu estava zangado com Deus por ter me criado com tais ardentes desejos e depois ter tirado o doce de minhas mãos como um pai caprichoso.

Tive que aprender que esse sexo, embora bom e deleitante, não era vida. O desejo por sexo e intimidade é bom, mas mesmo a maior intimidade no casamento foi projetada por Deus para ser o reflexo de algo grandioso.

Uma visão ampliada

O que se pode trazer da mudança no coração de Agostinho? Em Confissões ele escreve de um dia que sua alma esteve tão atormentada por seu próprio pecado que uma forte tempestade surgiu nele, levando-o a um mar de lágrimas. Conforme ele chorava, ele podia ouvir a voz distante de uma criança cantando: “Pegue e leia, pegue e leia”. Ele tomou isso como um sinal de Deus para pegar uma cópia das Sagradas Escrituras e ler a primeira coisa que seus olhos enxergassem.

Isso foi exatamente o que ele fez. Ele pegou sua cópia do livro dos Romanos e seus olhos caíram em Romanos 13:13-14: “Andemos honestamente, como em pleno dia; não em orgias e bebedeiras, imoralidade sexual e libertinagem, nem em brigas e ciúmes. Mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo, e não sigam os desejos dos instintos da carne”.

Agostinho escreveu que depois que ele acabou de ler a passagem, “uma luz de completa certeza brilhou em meu coração e toda a escuridão da incerteza desapareceu”. Desse dia em diante, ele entregou sua vida para servir Cristo.

Vício em Sexo tem a ver com Fé?

A fé aumentou no coração de Agostinho desde o dia em que uma confiança inabalável era mais do que suficiente para satisfazer seu coração inquieto. O único jeito que ele pôde sobreviver aos comandos de Romanos 13:13-14 – rejeitar toda luxúria e libertinagem – era abraçar por completo a palavra: “revesti-vos do Senhor Jesus Cristo”.

Isso é o que se libertar da luxúria significa: não somente rejeitar os prazeres da luxúria, mas se abraçar plenamente com os prazeres de Deus.

Nós nos afugentamos na pornografia porque ela nos promete algo, e nós compramos estas promessas. No seu fantástico livro, Closing the Window, Dr. Tim Chester identifica seis promessas que o ilusório mundo da pornografia geralmente faz aos seus espectadores:

1) Respeito: Se nos sentimos inadequados ou rejeitados, nosso coração pecador frequentemente implora por respeito humano, e a pornografia oferece essa fantasia. Neste mundo ilusório, nós somos adorados por um homem ou uma mulher. A pornografia fornece um mundo erotizado onde nós somos homens ou mulheres suficientes para capturar o respeito de outros através de nossa proeza sexual.

2) Relacionamentos: Nós desejamos intimidade, mas não gostamos de seus riscos. Nós queremos estar perto dos outros, mas não queremos ser vulneráveis. Nós queremos um relacionamento sério, mas queremos ser os únicos a estar no controle. Pornografia nos dá essa ilusão: nós podemos nos sentir “conectados”, mas sem toda a desordem de um relacionamento real.

3) Refúgio: Em tempos de sofrimento ou medo de falhar, nós queremos aliviar nosso estresse. Quando a vida está difícil, nós queremos algum lugar para escapar, queremos fingir ser outro alguém ou fingir estar em outro local. A pornografia nos dá a ilusão de que nós nunca falhamos: você sempre terá a garota ou o garoto.

4) Gratificação: Quando estamos entediados ou quando achamos que fizemos grandes sacrifícios, nós queremos recompensas para nós mesmos. Essa sensação de direito nos dirige de novo e de novo ao mundo da fantasia onde nossas mentes cansadas de trabalhar e nossos egos subvalorizados podem “ter o que eles desejam”.

5) Vingança: Em tempos de frustração e raiva, nós podemos nos virar para a pornografia como um ato de vingança contra outra pessoa (como nosso cônjuge que não quis fazer sexo quando nós queríamos) ou contra Deus (que não nos deu a vida que queríamos). Pornografia é nosso acesso de cólera num mundo que não atende nossos desejos.

6) Redenção: Em horas de culpa e nojo de si próprio, o mundo ilusório da pornografia oferece uma falsa redenção. Se nos sentimos culpados, a pornografia diz: “Você é bom do jeito que você é. Nada em você precisa mudar”. Se você está afundado em nojo de si próprio, a pornografia é o caminho de auto-punição: “Essa é a vida vergonhosa que eu desejei”, nós falamos para nós mesmos. Pornografia é o caminho para satisfazer ou melancolizar nossa auto-piedade.

Estas são as falsas promessas da pornografia, e para cada pessoa elas são um pouco diferentes. Para uns, algumas destas promessas fazem sentido. Para outros, todas são verdade.

Todavia, quando queremos estar libertos disso, necessitamos de boas promessas do evangelho para triunfar sobre o pecado. Libertar-se da luxuria em uma ultima analise sobre fé é perguntar: Você acredita em Deus ou na pornografia?

Promessas Melhores

Dr. Tim Chester nos mostra como o evangelho pode superar o poder do pecado:

1) Respeito: Se nos sentimos inadequados ou rejeitados, devemos lembrar que Deus é o único que oferece uma verdadeira aceitação, através de Cristo. O homem ou a mulher da pornografia não te conhecem. Eles não te amam. Cristo sim. Nós necessitamos nos arrepender da necessidade de aprovação dos outros (que a Biblia chama de “o medo dos homens”), buscar a Glória de Deus acima de tudo (1 Coríntios 10:31), e, antecipar a glória que Ele promete para os que O seguem (João 5:44). Sua aprovação é muito melhor que a aprovação de homens e mulheres feitos de pixels em uma tela.

2) Relacionamentos: Quando desejamos intimidade com outros, mas temos medo do risco, temos que recorrer a Deus como um Pai que será soberano sobre nossos relacionamentos. Relacionamentos são arriscados. Corações podem ser quebrados. Emoções são confusas. Mas Deus nos promete que tudo o que passamos corre para o bem daqueles que o amam e procuram viver de acordo com seu propósito (Romanos 8:28). Deus pode e irá tomar conta de todos os relacionamentos – mesmo os fracassados – e usá-los para nos fazer à imagem de Seu Filho (v.29). Sabendo isso, nós podemos obter verdadeira intimidade com outros de uma maneira piedosa, não correndo atrás da falsa segurança do sexo digital.

3) Refúgio: Quando estamos estressados ou quando a vida está difícil, Deus é nosso verdadeiro refúgio, nossa rocha, nossa fortaleza, nosso alicerce e libertador (Salmo 18: 1-3). Não importam as circunstancias, nossos problemas não são páreos para Ele (v. 7-13). Em vez de remediar nossas feridas com fantasias sexuais, devemos nos refugiar Nele e Deixá-lo nos envolver por Seus cuidados (1 Pedro 5:6-7).

4) Gratificação: Quando estivermos consumindo prazer e excitação, devemos recorrer a Deus, que é a água viva. O bem da pornografia é vazio, e o tempo irá mostrar quanto isso pouco satisfaz, mas Deus é nossa fonte de água viva (Jeremias 2:13). Em vez de recorrer à pornografia como uma solução rápida, devemos cultivar uma vida de comunicação com Deus através da oração, jejum, meditação de Sua palavra, e adoração ao Santíssimo Sacramento. Devemos cultivar o desejo pela eterna recompensa de viver com Deus, rejeitando os prazeres temporários do pecado (Hebreus 11:24-26).

5) Vingança: Quando estamos com raiva por Deus não nos dar a vida que queremos, somos o irmão mais velho da parábola do filho pródigo (Lucas 15:29-31). Consideramos nossos sacrifícios, nossa obediência e nossa devoção, e acreditamos que Deus nos “deve” algo. Mas Deus não se refere a nós dessa forma: ele se refere a nós como um pai amoroso. Não somos seus servos, mas seus filhos. Quando não conseguimos o que queremos, devemos nos focar e ter fé Nele que sabe o que é melhor para nós mais do que nós mesmos. Deus sabe exatamente quais bênçãos são melhores para nossas vidas no tempo certo.

6) Redenção: Em tempos de culpa ou vergonha, devemos recorrer a Deus que livremente nos perdoa de toda injustiça (1 João 1:9). Não encontraremos redenção ignorando nosso pecado ou punindo-nos. Devemos olhar para Cristo, nosso perfeito Sumo Sacerdote: “porque com uma só oblação aperfeiçoou para sempre os que são santificados” (Hebreus 10:14). Quando lembrarmos de nossas culpas e falhas, devemos repetir as palavras pronunciadas por Jesus na cruz: “Está tudo consumado” (João 19:30).

Alegria de Agostinho

Antes de sua poderosa conversão, Agostinho sentiu seu coração sendo provado. Ele se lembrou desta oração: “Eu quis te adorar livremente e desfrutar de ti, Oh Deus, a única e certa alegria”. Esta é a forma como ele derrotou a luxuria: fazendo de Deus a alegria suprema de sua vida.

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